Especial - Desafios e superações para o setor sucroalcooleiro a partir de 2022

 

O clima em 2021 provocou danos que precisam de investimentos e tempo para que possam ser recuperados. A quebra de produção registrada em 2021, só deverá ser revertida com mais reformas nos canaviais afetados e análises acuradas para tomadas de decisões que possam impactar positivamente no planejamento e execução das safras futuras.

Nesta entrevista especial, o superintendente da Usina São José da Estiva, Roberto Holland Filho, fala sobre as expectativas de recuperação do setor, algo que, em sua opinião, só deverá se dar completamente a partir da safra 2024/2025.

 

Comunicação Estiva: Na safra 2021/2022 atravessamos períodos mais extensos de estiagem, aumento nos registros de incêndios e geadas. Como estas situações afetaram as expectativas e projeções para este ano?

Roberto Holland: Depois de um ano para se esquecer, 2021, tivemos um regime de chuvas dentro da normalidade, o que nos dá bons prognósticos para os próximos meses. Na safra passada tivemos uma quebra de 25% na produção de cana, devido à seca, e ainda tivemos geada e incêndio nos canaviais. Tudo isso causou a morte de muita cana, e hoje vemos muitas áreas de cana com falhas significativas, o que leva à necessidade de maior reforma nos canaviais. Este foi um dos focos de trabalho das nossas equipes na preparação para as próximas safras.

 

CE: Como a Usina Estiva se preparou para a safra 2022/2023?

Holland: Em 2021/2022 plantamos mil hectares a mais do que foi planejado a fim de minimizar a quebra do canavial. A reforma das plantações é importante para este reequilíbrio, mas os resultados vêm mais adiante. Se os prognósticos climáticos se mantiverem, acredito que voltaremos à uma produção normal na safra 2024/2025.

 

CE: A safra 2022/2023 será mais curta do que as mais recentes da Usina São José da Estiva. O que determinou este período?

Holland: Tendo em vista que o pico de maturação da cana se dá entre os meses de julho e setembro, e o fato de termos menos cana para processar este ano, decidimos adiar o início da safra para maio, mantendo o término em meados de outubro, tentando, assim, conseguir um teor de sacarose maior possível. Nossa moagem começou em 02 de maio.

 

CE: A primeira estimativa da safra de cana-de-açúcar 2022/23, divulgada no final de abril pela Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, indica produção da matéria-prima 1,9% maior em relação à safra anterior. Espera-se recuperar a produtividade dos canaviais em pelo menos 3,02%. Outro dado importante é sobre a produção de açúcar, que deverá ter um incremento de 14,9%, contra redução de 11% na produção do etanol. Qual é a expectativa para a Usina São José da Estiva?

Holland: Estimamos uma safra 6% maior que a anterior, porém, ainda 20% abaixo da nossa capacidade. Nosso mix de produção será um pouco mais alcooleiro que a safra passada, acompanhando o esperado por todo o setor, tendo em vista a necessidade de garantir o fornecimento de etanol no mercado interno, além do preço do etanol estar momentaneamente remunerando mais que o açúcar. Estamos confiantes de que as ações executadas no período de entressafra, tanto na indústria como no campo, trarão resultados significativos.

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